Dia do Comércio Exterior: a evolução histórica e o protagonismo do Espírito SantoPublicado em 30/01/2025 O comércio exterior desempenha um papel essencial no desenvolvimento econômico do Brasil e, especialmente, do Espírito Santo. Na última terça-feira, dia 28 de janeiro, comemorou-se o Dia do Comércio Exterior, data que remonta a 1808, quando D. João VI assinou a Carta Régia, abrindo os portos brasileiros às nações amigas. Esse marco histórico permitiu que o Brasil expandisse suas relações comerciais e impulsionasse suas exportações, consolidando uma economia mais aberta e dinâmica.Ao longo dos séculos, o comércio exterior brasileiro evoluiu, e o Espírito Santo se destacou como uma das unidades da federação mais ativas nesse setor. Em 2024, o estado registrou um recorde histórico na corrente de comércio, movimentando US$ 24,5 bilhões (aproximadamente R$ 150 bilhões), um crescimento de 27,1% em relação a 2023. Esse desempenho foi impulsionado principalmente pelas importações de veículos e pelas exportações de café, dois setores que apresentaram crescimento expressivo ao longo do último ano. As importações de automóveis, por exemplo, registraram um aumento de 93% em relação a 2023, totalizando US$ 3,7 bilhões (R$ 22,5 bilhões). Esse movimento reforça a importância do Espírito Santo como uma das principais portas de entrada para o setor automotivo no Brasil. Por outro lado, as exportações de café não torrado cresceram 119%, movimentando US$ 2 bilhões (R$ 12 bilhões) e reafirmando o estado como um dos líderes nacionais na comercialização do produto no mercado internacional. Além de impulsionar a economia local, o comércio exterior tem papel fundamental na geração de empregos e na modernização da indústria capixaba. A posição geográfica estratégica, aliada à infraestrutura portuária eficiente, torna o Espírito Santo um ponto-chave para a logística internacional, facilitando o escoamento de mercadorias e atraindo novos investimentos. Sidemar Acosta, presidente do Sindiex, menciona que o Dia do Comércio Exterior não apenas celebra a história da abertura dos portos, mas também reforça a importância da participação do Brasil e do Espírito Santo no cenário global. "Em um mundo cada vez mais interconectado, investir em políticas que estimulem a importação e exportação é essencial para garantir o crescimento sustentável e a competitividade da economia capixaba”, disse. Avanços e desafios São muitos os avanços ao longo dos anos conquistados no segmento. Bruno Marques, diretor comercial da Speed | Soluções em Comex, cita, se tratando de exportação, a digitalização e desburocratização, os acordos comerciais e reduções de barreiras, incentivos e regimes especiais como o drawback, novas tecnologias, flexibilização do câmbio, e a DU-E. "A Declaração Única de Exportação (DU-E), substituiu os antigos formulários, simplificou o processo, reduziu custo e tempo, integrou órgãos, e proporcionou rastreamento e maior transparência, atendendo a padrões internacionais. O comex evoluiu e temos exportações mais ágeis e seguras, integração com a Nota Fiscal eletrônica e melhor planejamento logístico”, destaca. Entre os principais desafios da atualidade, a gerente comercial da Soimpex, Valeska Sily Vasconcelos, ressalta a alta tributação no Brasil e a Reforma Tributária. "O projeto da Reforma tem objetivo de simplificar e reduzir a burocracia tributária e aumentar a competitividade das empresas brasileiras.No entanto, se não for bem elaborada e bem implementada, pode ter o efeito inverso. Para as empresas que utilizam benefícios fiscais o desafio é ainda maior, pois os impactos em suas operações são mais profundos, levando a uma reestruturação de todo processo operacional e estratégico”, disse. Para ela, com todas essas mudanças e desafios que se intensificam a cada ano, a constante revisão do planejamento estratégico do negócio é primordial para a saúde das empresas. Além da questão tributária, os desafios da infraestrutura logística também se impõem ao setor. A diretora do Sindiex e CEO da WM Trading, Wendy Verjovsky, destaca, entre eles, os altos custos logísticos no país. "A infraestrutura logística exige investimentos altos e de longo prazo. Por outro lado, a Selic com taxas na casa de 15% anual e a incerteza jurídica atual desencorajam o investimento pelo setor privado. Apesar disso, há exemplos positivos, como o Espírito Santo, que tem atraído investimentos logísticos privados em projetos portuários, como por exemplo as empresas Imetame e a VPorts, que investem mostrando que é possível avançar com parcerias bem estruturadas”, afirma. Ela acredita que, no futuro, os investimentos em logística no Brasil serão mais segmentados e regionalizados, focando em setores específicos para compensar a realidade do cenário nacional. Ao mesmo tempo, são positivas as expectativas para o futuro do comércio internacional. Segundo Diego Santos, sócio-diretor da Sanvix, há um otimismo neste sentido e as empresas brasileiras precisam se preparar para os desafios do mercado global. "Minhas expectativas são de um cenário positivo a médio e longo prazo. Vejo uma expansão de oportunidades no mercado internacional e uma maior integração global. Acredito que, hoje, o maior desafio das empresas é se adaptar às novas tecnologias e conseguir mão de obra qualificada”, afirma. |
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