“Temos que começar a planejar agora o futuro do Espírito Santo”, diz Sidemar Acosta

Publicado em 16/05/2024

À frente do Sindiex, instituição que completa 32 anos no próximo dia 18, Sidemar Acosta, em seu segundo mandato, é enfático ao falar dos desafios do setor do comércio exterior do Espírito Santo: "temos que ter um olhar para 2032 e buscar de forma estratégica ações e projetos para o fortalecimento da nossa economia com o fim dos incentivos fiscais”. 

A localização privilegiada do Estado e os projetos de infraestrutura, com destaque para o Porto da Imetame, em Aracruz, são apontados como divisores para o desenvolvimento logístico capixaba e do país. 

Além dos investimentos privados nos principais modais, Acosta reforça as articulações dos comitês estratégicos formados dentro do Sindiex e a união das entidades – como Sincades, Centrorochas, Centro do Comércio do Café e Transcares – junto ao governo do Estado e à bancada federal como essenciais para essa construção de um novo momento do Espírito Santo. 



Com 32 anos no próximo dia 18 de maio, como o Sindiex contribui para o desenvolvimento do comércio exterior?
O Sindiex desempenha um papel fundamental no fortalecimento do comércio exterior, dando suporte e garantias nas operações de importação e exportação dos nossos associados. Ao longo desses 32 anos, passando por sete presidentes, o sindicato promoveu com maestria inúmeras medidas e articulações para garantir a segurança e o crescimento dos negócios pelo Espírito Santo. A prova é que hoje o Sindiex reúne mais de 75 empresas associadas de todo o país, que acreditam que o Estado é uma terra de oportunidades. 

Na sua visão, nos últimos anos, quais foram as ações feitas pelo Sindiex que trouxeram mais visibilidade para a entidade?
Eu não sei se trata de mais visibilidade externa, mas a criação dos comitês estratégicos, há dois anos, que discutem temas de interesse do associado, mudou a dinâmica interna da entidade. Nesses fóruns são debatidos assuntos de interesse e que trazem impactos diretos no dia a dia das operações das empresas. Em 2023, o Sindiex foi o grande vencedor do Eixo de Representação na categoria Atena em Ação, do Prêmio Atena, com a boa prática "Comitês Técnicos”. Essa conquista é um reflexo do nosso comprometimento, dedicação e dos esforços contínuos em prol do comércio exterior e do desenvolvimento do setor. O Programa Atena é uma iniciativa da CNC que busca promover o fortalecimento e integração dos sindicatos e do Sistema Comércio.    

Quais os principais gargalos enfrentados pelo comércio exterior atualmente?
Os principais desafios incluem burocracia excessiva, infraestrutura inadequada e complexidade tributária. O Sindiex está engajado nesses temas, assim como acompanhando de perto os andamentos em torno da reforma tributária, buscando simplificar processos, melhorar a infraestrutura logística e estar inserido na promoção de políticas públicas mais favoráveis. 

Como o Sindiex enxerga o futuro do comércio exterior brasileiro, especialmente após o fim dos incentivos fiscais em 2032?
Estamos focados em preparar o setor para os desafios futuros, com iniciativas como o Recomex-ES, lançado na última semana, que reúne especialistas para pensar estrategicamente e desenvolver planos de ação robustos. Queremos criar um ambiente propício à inovação, competitividade e crescimento sustentável, mesmo após 2032 e, nada melhor, que traçarmos estratégias desde agora. O Recomex-ES nasce com uma missão ambiciosa e com a participação de empresários, executivos, dirigentes de entidades, advogados representantes do governo estadual e parlamentares. É necessário repensar e reestruturar o setor de comércio exterior do Espírito Santo após 2032, ano que termina os incentivos fiscais após reforma tributária aprovada no final do ano passado. 

O sistema portuário do Espírito Santo está adequado para atender às demandas do setor?
O sistema portuário do Espírito Santo é estratégico e tem potencial para crescimento. Investimentos contínuos e parcerias público-privadas são essenciais para expandir a capacidade e atender à crescente demanda.Há uma necessidade urgente de ampliação temporária das áreas alfandegadas para atender às operações, principalmente de importação de veículos. O Espírito Santo se consolidou como um importante polo de importação de veículos, e medidas como essa são essenciais para garantir o fluxo eficiente das operações. “Temos que começar a planejar agora o futuro do Espírito Santo”, diz Sidemar Acosta

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