ES é o maior importador de carros do país; entenda o motivo

Publicado em 23/11/2023

Até o final de outubro, a importação de veículos de passageiros no Espírito Santo movimentou US$ 1,2 bilhão, o que equivale a R$ 5,8 bilhões. O valor é considerado recorde para o Estado e representa um aumento de 132% em relação ao mesmo período do ano passado. Ao incluir também a categoria de automóveis para transporte de mercadorias e usos especiais (US$ 900 milhões), o total em importações pelo Espírito Santo chega US$ 2,1 bilhões (R$ 10,3 bilhões).

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços apontam que o Espírito Santo lidera as importações de veículos de passageiros no país. No caso dos automóveis para transporte de mercadorias e usos especiais está na segunda colocação, atrás apenas do Rio Grande do Sul.

Boletim de outubro elaborado pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) ressalta que, entre as atividades que aumentaram as importações no período, estão a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias; e a fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos.

Mas o que tem feito o Espírito Santo se destacar na importação de veículos a ponto de alcançar esses resultados?

Para o empresário do setor, Sidemar Acosta, também presidente do Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Espírito Santo (Sindiex), alguns fatores contribuem para esse destaque do Estado, a exemplo do conjunto de infraestrutura logística, como portos e uma área alfandegária de 1,5 milhão de metros quadrados. Considera ainda a existência de dois benefícios fiscais como o Fundap e o Invest, além do fenômeno dos carros elétricos, que chegam em sua maioria pelo Estado.

Esses fatores também foram apontados no boletim Observatório da Indústria, da Findes. "Vale destacar que o Espírito Santo tem uma estrutura portuária consolidada e localização estratégica no Sudeste do país. Além disso, o avanço da China no mercado automobilístico, com a entrada de montadoras especializadas em veículos elétricos e híbridos (como BYD e GWM) no Brasil, ajuda a explicar o crescimento observado no volume de importações de veículos automotores. Entre os principais países a venderem automóveis para o Espírito Santo estão Argentina, China e Alemanha", pontua.

Três vezes mais elétricos
Analisando em unidades de veículos, dados do Sindiex apontam que, de janeiro a setembro, chegaram ao Estado 32.273 veículos, um aumento de 70% em relação ao ano passado, quando desembarcaram 18.953.

Na comparação com o mesmo período de cada ano, a maior variação positiva é dos veículos elétricos e híbridos, que em algumas categorias chegaram a triplicar. Um dos modelos de híbrido acumulou 12.183 unidades chegando pelo Estado até setembro, contra 4.106 no ano passado.

Já os 100% elétricos chegaram por aqui em dobro em 2023. Foram 6.231 contra 3.163 em 2022. Esse modelo, inclusive, se destaca na chegada pelo Estado. A GWM, uma marca chinesa de carros elétricos, inaugurou em 2023 uma rota exclusiva para desembarcar os veículos no Brasil, inclusive com novo serviço de transporte, no modelo Flat Rack, um tipo de contêiner aberto com a capacidade para três veículos, segundo detalhou Sidemar Acosta.

Peso nas importações
Os veículos de passeio importados representaram 16% das importações da indústria de transformação de janeiro a outubro de 2023. O valor movimentado foi de US$ 1,2 bilhão, o que equivale a 132% a mais do que o mesmo período do ano passado, quando foram movimentados US$ 516 milhões.

Já os veículos para transportes de mercadorias e usos especiais representavam 12% das importações, movimentando de janeiro a outubro US$ 900 milhões, 22,7% a mais que o mesmo período de 2022, que movimentou US$ 734 milhões.

Onde chegam
Quem passa com frequência na região do Contorno de Vitória da BR 101 pode ter percebido o aumento no volume dos veículos parados no pátio na região da Terca, na Serra, nos últimos meses. É que após chegarem pelo complexo portuário da Grande Vitória, o que inclui o Porto de Vitória e Capuaba, por exemplo, muitos veículos vão para a chamada área alfandegada, que tem aproximadamente 1,5 milhão de metros quadrados.

Segundo Sidermar Acosta, essas áreas alfandegadas para movimentação de veículos foram construídas desde a década de 1990 e fazem com que o Estado seja um dos melhores do país para movimentação de veículos, dando suporte aos portos.

Ele explica que os carros saem dos portos, são removidos em trânsito aduaneiro e vão para as áreas de alfândega depois de saírem do porto para aguardar os trâmites para nacionalização. E, dali, são distribuídos para todo o Brasil.
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Fonte: A Gazeta

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